O governador Beto Richa lançou nesta terça-feira (26) a campanha de
vacinação contra a dengue no Paraná e anunciou que 500 mil pessoas serão
imunizadas nos 30 municípios com maior circulação viral da doença. A
vacinação começa dia 13 de agosto. O Paraná é o primeiro das Américas a
fazer uma campanha pública contra a dengue. O Governo do Estado
investirá R$ 50 milhões na aquisição da vacina.
Na solenidade, realizada em Paranaguá, com a presença do ministro da
Saúde, Ricardo Barros, o governador assinou protocolo com a empresa
francesa fabricante da vacina, a Sanofi Pasteur, para a aquisição das
500 mil doses. Já no lançamento da campanha, dez pessoas foram
vacinadas.
A meta é vacinar pelo menos 80% do público alvo. No Dia D da campanha,
em 13 de agosto (sábado), os postos de saúde ficarão abertos durante
todo o dia. A campanha segue por três semanas, até 31 de agosto, nas
Unidades Básicas de Saúde dos municípios contemplados.
“Lançamos a primeira campanha pública de vacinação contra a dengue das
Américas, graças ao esforço da nossa Secretaria da Saúde, que tem
demonstrado muita competência e qualificação em suas ações. Além da
vacina, lançamos também testes multiplex para diagnóstico da dengue,
zika e chikungunya”, disse o governador.
A previsão é que a vacina seja aplicada em três doses, com um intervalo
de seis meses entre cada aplicação. Além desta primeira etapa, em
agosto, haverá ainda novas campanhas em fevereiro de 2017 e agosto de
2017. Segundo o governador, a vacinação deste ano terá impacto efetivo
no próximo verão, visto que a primeira dose já concede proteção à
doença, evitando assim novas epidemias. “Temos ações concretas que vão
ao encontro do interesse da nossa população. Investimos aqui R$ 50
milhões para aquisição dessas doses, mas é importante destacar os
prejuízos diretos e indiretos gerados pela dengue. Foram mais de R$ 330
milhões de prejuízo com a epidemia, com mobilização do Estado para
atender as famílias atingidas, pessoas hospitalizadas e compra de
equipamentos, além do impacto indireto na economia afastando turistas e
pessoas que deixaram de trabalhar. Não é gasto, é um investimento que
fazemos na saúde pública para proteger nossa população”, afirmou Richa.
O governador destacou que o Paraná tem capacidade técnica e
infraestrutura adequada para incorporar uma vacina nova no sistema
público. "Somos um dos melhores sistemas públicos de saúde do País e
nossas campanhas de vacinação alcançam as melhores coberturas. Tudo isso
nos credencia a inovar para avançar no controle da doença no Estado".
DIFERENCIADA – O ministro Ricardo Barros enalteceu a decisão do Governo
do Paraná. “O Governo do Paraná inicia a vacinação, com seus próprios
recursos, o que certamente protegerá a população do Estado de forma
diferenciada”, afirmou Barros. Ele explicou que, por enquanto, não há
previsão orçamentária e nem autorização da Comissão Nacional de
Incorporação de Novas Tecnologias para o SUS (Conitec) para incorporação
da vacina pelo Ministério da Saúde. “Combater o mosquito Aedes aegypti é
prioridade do Ministério. A população que não descanse no combate ao
mosquito, que transmite outras doenças, além da dengue”, afirmou ele.
AUMENTOU TRÊS VEZES – A decisão de vacinar a população é uma estratégia a
mais para controlar a dengue no Paraná e não substitui os cuidados
necessários para o combate ao mosquito Aedes aegypti. O repasse de
recursos do Governo do Estado para o controle do mosquito transmissor da
dengue já atingiu mais de R$ 120 milhões, sem, no entanto, evitar novas
epidemias da doença.
A incidência de dengue no Paraná aumentou três vezes de 2013 a 2015. Em
relação ao último período epidemiológico (agosto de 2015 a julho de
2016), o número de casos de dengue cresceu 55%. Mais de 80% da população
do Estado, cerca de 9 milhões de pessoas, vive em áreas com circulação
viral.
"Com a incorporação da vacina em municípios epidêmicos, será possível
diminuir a circulação viral de dengue no Estado, protegendo
indiretamente também as pessoas não imunizadas", explica o secretário de
Estado da Saúde em exercício, Sezifredo Paz.
O vice-presidente da Sanofi Pasteur, Guillaume Leroy, garantiu que a
vacina é segura e eficaz. "Tivemos 20 anos de pesquisa com um conjunto
robusto de estudos que mostram que a vacina Dengvaxia proporciona
proteção de 93% contra a dengue grave e reduz em 80% as internações pela
doença. É uma ferramenta testada e com efetividade comprovada",
relatou.
Ele explicou que para o desenvolvimento da vacina e comprovação de sua
segurança e eficácia, a empresa trabalhou com 40 mil pacientes, em dez
países, incluindo o Brasil. “A Sanofi tem visão de interesse público
para essa vacina. Implantamos uma planta de produção nova na França.
Hoje temos vários milhões de doses disponíveis”, informou.
Parnanguara vacinado relata a força da epidemia no município
O parnanguara Walace Domingues foi um dos primeiros a tomar a primeira
dose da vacina. Ele é pintor e trabalha como voluntário em mutirões de
limpeza na cidade. “Já peguei dengue duas vezes e quase morri. Estou
muito contente com a oferta da vacina, que com certeza irá reduzir muito
os casos da doença aqui no Litoral”, afirmou Walace. Além do amigo que
morreu de dengue, o pai, a irmã e o cunhado de Domingues também
contraíram a doença. “Paranaguá teve uma grande epidemia. Ainda bem que
agora a expectativa para o próximo ano é melhor”, disse.
O diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina, Luiz Henrique Dividino, lembrou que o Porto foi um dos
primeiros do Brasil a lançar campanha de combate a dengue. “Fizemos
trabalho de conscientização nos sete municípios do Litoral, realizamos
limpeza diária na área portuária e, além disso, levamos ações também
para os tripulantes dos navios, inclusive com material em português e
inglês”, explicou ele.
MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS, POR REGIONAL DE SAÚDE (RS):
Paranaguá; Foz do Iguaçu; Santa Terezinha de Itaipu; São Miguel do Iguaçu; Boa Vista da Aparecida; Tapira; Santa Izabel do Ivaí; Cruzeiro do Sul; Santa Fé; Munhoz de Melo; Marialva; Paiçandu; São Jorge do Ivaí; Maringá; Mandaguari; Sarandi; Iguaraçu; Assaí; Ibiporã; Jataizinho; Porecatu; Bela Vista do Paraíso; Cambé; Londrina; Sertanópolis; Leópolis; São Sebastião da Amoreira; Itambaracá; Cambará; Maripá.
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